Publicado em 19 de Abril de 2025
Uma sala de sapé foi o palco onde aquele professor leigo, com o Ensino Médio recém completo, iniciou uma carreira que, mais tarde, atravessaria o Atlântico. Nascido em 1971 em uma pequena aldeia indígenas no interior de Mato Grosso do Sul, Tonico Benites só pode estudar até o 5º ano em sua terra e, como era corriqueiro ali, teve que seguir para o corte de cana.
Porém, foi aos 21 anos que a educação começou mudar sua vida e fez despertar uma trajetória marcante, de um homem que saiu do corte de cana, concluiu os estudos com supletivo e começou a dar aulas na aldeia Jaguapiré, onde tinha que ser multifunções: professor, diretor, merendeiro e até vigia da escola, localizada em uma área de pós-conflito.
Foram anos de luta até que, já com magistério de nível médio concluso, ele ingressou no curso Normal Superior da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e começou então a ensaiar seus voos mais altos. Deslocando-se por conta própria de Iguatemi até Dourados, ele deu os primeiros passos para, lá no futuro, chegar ao pós-doutorado na França e na Alemanha.
"Sou filho da UEMS, por onde ando carrego o nome da universidade. Ela faz parte da minha trajetória acadêmica", declara Benites, um dos muitos exemplos de superação de barreiras a partir das oportunidades geradas pela educação e pela valorização da pesquisa, além do fomento de ações para abrigar as populações mais vulneráveis.
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